domingo, 27 de janeiro de 2013

Coquetel antitristeza

Cada um tem lá suas receitas para combater os momentos de tristeza, e eu tenho as minhas:
1. Filmes água-com-açúcar, lenços de papel e algum chocolate (não muito, para não chorar de arrependimento depois)
2. Essência de lavanda - no banho, na roupa, no travesseiro, no bichinho de pelúcia: remédio infalível
3. Respirar profundamente e devagar
4. Ouvir Mônica Salmaso - com a beleza quase insuportável de seu contralto, ela se encarregará de esvaziar seu tanque de lágrimas
5. Depois de esvaziar o tanque lacrimal e lavar o rosto, tomar um bom banho (inclusive com lavanda), vestir uma roupa bem bonita e fazer planos para o futuro - já próximo e mais feliz

6 comentários:

  1. Um chiclete, que mastigo, mastigo, até virar uma coisa sem gosto, sem graça. As vezes assim me dou com as minhas tristezas.

    Simplesmente eu gostaria de entrar em um sonho, pois sei que voltar no tempo é algo impossível. Nesse sonho eu poderia ter a inocência de tempos atrás, de uma época em que eu sentia o cheiro da chuva antes de ela acontecer. Um tempo em que um papel, um lápis e uma borracha me bastavam para interter minha mente por horas. Dos momentos em que poucas coisas me davam medo, raras me faziam sentir tristeza.

    Talvez não muito tempo atrás, onde um anjo me alegrou, mas não sei mais onde encontrar.

    Queria apenas sentir as mesmas tristezas de antes, que sempre perto de mim havia um motivo singelo para superar tudo e esquecer.

    Acontece que as vezes olhamos sempre para a direçao onde as coisas parecem mais próximas, sendo que talvez as vezes valha a pena olhar para o local mais vazio e distante do horizonte e pensar que lá possa estar uma coisa muita boa, seguir e aproveitar o caminho, pois ao chegar lá o prêmio possa ser simplesmente um local confortável para sentar e relembrar todas as coisas boas da jornada.

    Simplesmente eu queria que tudo voltasse a ser simples, e... descobrir o que significa Guerê.

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    1. Puxa, Rodrigo, que dizer? Eu lembro das minhas tristezas antigas como coisas insolúveis, talvez menos doídas mas mais assustadoras. Se hoje há mais medos e alguns chorares, pelo menos há também a experiência do "sobrevivi", né? E acho que ainda dá pra sentir o cheiro da chuva antes de ela chegar (eu sinto!).
      "Nem guerê nem pipoca" era uma expressão usada por Mario de Andrade para finalizar discussões. E também, segundo o Houaiss:
      http://nemguerenempipoca.blogspot.com.br/2009/12/guere-o-que.html

      Abraços!

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  2. As minhas tristezas antigas, de um passado bem distante eu não tenho problema nenhum em lidar com elas. Me sinto "sozinho" como pessoa, impotente. Não sozinho fisicamente, mas sozinho dentro de questões na minha cabeça. É difícil de definir. Tento me agarrar a minha fé em Deus para com ele prosseguir firme. Só que como um ser humano que erra, que é pecador, frágil e por vezes insignificante, é muito difícil as vezes simplesmente confiar.

    Entretanto tem coisas novas, e muitas lembranças de hoje que parecem sem muita graça, que podem ser a saudade de amanhã.

    Prometi a mim mesmo que seguirei em frente, com novos planos, com força e esperando encontrar locais onde eu possa parar um tempo e simplesmente ficar ali.

    Como aconteceu ontem, em uma navegação noturna pela internet, que cheguei até um outro blog seu procurando termos na busca que não lembro mais quais eram exatamente, e pelo outro blog vi esse e resolvi escrever.

    E, como diria uma personagem de uma série que eu assisti: É sempre bom falar...

    Um abraço.

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    1. É sempre bom falar, escrever, expressar o que sentimos, Rodrigo - alivia um bocado o peso da alma! E uma hora a tormenta passa, e você volta a confiar.
      Abraços,

      Solange

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  3. Gostei da receita, Solange!! Em especial das dicas da lavanda, do choro e do banho. Bjão e um ótimo 2013!!

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    1. E funciona, viu? ;)
      Um ótimo ano pra você também, Fátima!
      beijos

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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