segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Así se hace camino

A viagem ao Chile foi maravilhosa. Tanto, e tão intensa, que estou custando a postar algo sobre ela. Ainda deglutindo a experiência, as paisagens, o que vi e ouvi, por onde andei. Dar dicas ou só compartilhar impressões? Pensando.
Porque houve tantas imagens incríveis me pareceu difícil escolher qual ilustraria melhor o vivido.
Daí, revendo as centenas de fotos, me deparei com esta, tirada no Museo del Arte Precolombino, um espaço ímpar, organizado, bonito e com um acervo de cair o queixo.
Na verdade, a seção de Textiles não podia ser fotografada, mas quando soube disso já havia tirado a foto das tecelãs de mais de 500 anos. Quando as revi, me veio logo à cabeça que elas representavam perfeitamente o que foi a viagem.
Embora ainda não completamente elaborado (será um dia?), outro grande encontro comigo mesma. Em Santiago, no deserto, em qualquer outro lugar fora do ordinário, da rotina que nos engole. Somente quando há desses encontros é que redescobrimos nosso potencial, nossa capacidade de viver bem em nossa própria companhia. Mais de uma vez me peguei sobressaltada: caramba, estou aqui, justamente onde queria estar! E isso me trouxe de volta a imagem de como somos responsáveis MESMO pela tessitura de nossa vida, pela paisagem que queremos contemplar, pelo chão que queremos pisar.
Estar ali foi o simples resultado de um ponto a ponto, de um passo a passo. Como tudo na vida, no final das contas. Assim como a beleza que resulta no bordado, para mim se mostraram os Andes e o Atacama em toda sua amplidão. Tudo colhido com alma, olhos, mãos, de corpo inteiro, graças à paciência, ao fazer, ao sonhar-realizador.

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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