segunda-feira, 2 de março de 2015

Vida real II

É incrível como Zen é capaz de miar por 2 horas seguidas para me acordar. 
Acabo acordando com o miado monocórdio, chato de doer. 
Nem tomo o suco verde pela manhã. Uma ansiedade misturada com azia, medo de entrar em pânico, tem me tomado na última semana. 
Edito a duras penas um texto truncado. Tiro um cochilo no meio da tarde, talvez o sono da autossabotagem. Respondo a autores, marco na agenda que amanhã será o dia exclusivo de acertos do cronograma. Hoje, só edição. Começo a limitar meu acesso a e-mails e Facebook - reservo determinados momentos para ambos, não mais o tempo todo.
Almoço a comida árabe de ontem. Um buraco no estômago permanece - a ansiedade quase pânico. Não saio para caminhar. Tenho vontade de sumir, esquecer as contas a pagar. Mudar de nome, de profissão, mas continuar sendo eu mesma. Às vezes, quero que o dia tenha 30 horas; hoje, só queria ser rica para não ter que dar muita satisfação.
Respiro fundo para continuar a trabalhar.
Recebo a notícia de que uma amiga querida, ex-chefe, está internada, em coma induzido. Meu coração escurece. 
Indiferente a tudo isso, outro dia termina.

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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