domingo, 31 de dezembro de 2017

Um pouco de festa


Nunca fui muito de Natal - para mim, uma festa triste, em que, no lugar dos bons sentimentos cristãos, muitas vezes afloram ressentimentos familiares. Sempre achei um evento em que as pessoas se esforçam muito para se suportar, e não tenho muita energia pra isso. Prefiro o Ano-Novo, que, na verdade, é só continuação do que vimos vivendo, mas carrega consigo a energia da renovação.
No entanto, voltei a ter Natal com o marido, já que sua família valoriza muito a data, e comecei a achar tudo mais aceitável.
Este ano, até participamos, eu e ele, de amigo-secreto-ladrão do pessoal do pilates. Foi muito divertido e festivo. Ganhei, além do presente roubado na brincadeira, um mimo de uma senhora querida com quem faço aulas, toalhinhas bordadas por ela. Isso aquece o coração, por sua despretensão - para mim, este é o verdadeiro espírito natalino, gracioso e grato.

Nova série: The Tortanos

Piada infame, mas irresistível!
O menor, abaixo, não tem queijo - feito para meninas com intolerância à lactose. O maior, nem tão grande assim, tem tudo a que têm direito os carnívoros e gourmands da família.

Todo dia pode ser dia de pizza

Comecei a me aperfeiçoar na massa de pizza. Além da receita da Rita Lobo, que mais lembra uma boa panpizza (tipo Pizza Hut), como a que comemos ontem, achei uma ótima de massa mais fina.
Só me falta praticar e pegar a manha da modelagem "aérea" da massa.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Oásis contemporâneo

Quando preciso ir resolver coisas na "cidade", muitas vezes combino caronas com minha sogra. Depois de ir pra lá e pra cá, tenho muito tempo de espera pela frente até encontrá-la. Então, mesmo quando pego um cineminha, carrego Kindle, bordado, caneta, papel e depois procuro um canto para ficar, via de regra em algum shopping.
Outro dia, achei um espaço ótimo, ainda mais que precisava de tomada para carregar o celular e assim manter o marido informado das andanças. Chama-se California Coffee, um espaço com pegada de Starbucks original e espaço de coworking separado do café principal. Nem é preciso consumir nada, mas você pode, se quiser, apertar uma campainha e chamar os atendentes prestativos e simpáticos do outro lado. O café é bem bom, o preço é razoável e realmente há pessoas trabalhando nas mesas, que têm bastante rotatividade. Um verdadeiro oásis cibernético (com direito inclusive a selfies aqui e ali).

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Curso de pães à distância e bisnaguinhas frescas

Como só devo fazer mais cursos presenciais de panificação ou confeitaria no ano que vem, a depender da minha agenda de reuniões, acabei buscando opções on-line.
Claro que uma das mais recorrentes nas buscas é a cartela de cursos da Eduk. Já tinha assistido a algumas aulas ao vivo e gratuitas na plataforma, como de pães italianos, de confeitaria com a Carole Crema, de fotografia básica, Lightroom, produção de fotos de comida. De todas, aproveitei alguma coisa.
Agora a Eduk tem pacotes mensais para acesso a todos os cursos. O único senão é que eles cobram um ano inteiro no cartão de crédito, mesmo parcelando-o em 12 vezes - ou seja, não é como serviço de streaming, que posso pagar enquanto uso e depois cancelar a qualquer momento. Mas, de todo modo, no meu caso, acho que será útil de qualquer modo.
Estou assistindo ao curso do Eduardo Beltrame, Panificação 2. Já peguei algumas dicas ótimas (ele não recomenda aquecer água para o fermento sob nenhuma hipótese, por exemplo) e estou relembrando algumas técnicas de modelagem, até mesmo de sova. O primeiro teste foi com a receita de bisnaguinhas - que poderiam ter ficado mais gordinhas e curtas, mas estavam ótimas. Só por isso o curso já valeu a pena.
Vou aproveitar que há nomes como César Yukio, Carole Crema e Lucas Corazza para aprimorar as receitas.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Ají de gallina com pão au levain

A fim de facilitar um pouco a vida, resolvi cozinhar bastante frango para desfiar e congelar.
Então fiz uma busca de receitas que têm como base o frango desfiado, e logo achei uma que me interessou, de um prato peruano chamado ají de gallina.
Na verdade, o que mais me interessou foi a papa de pão que forma o molho/caldo. Cortei um pão que havia feito no final da semana passada, mas não tinha ainda provado porque ficou muito baixo. Quando abri, voilà, mil alvéolos me sorriram. Cortei algumas fatias e mergulhei no leite.
Refoguei na manteiga meia cebola, um pouco de pimentão verde (a receita pede o tal ají amarillo, que é uma pimenta amarela, tipo malagueta, e até sugere a substituição por pimentão amarelo), adicionei o pão marinado com leite e tudo. Juntei o frango desfiado, gengibre picado, um pouco de caldo de galinha, sal, pimenta-do-reino, uma batata pequena já cozida e cortada. Despejei sobre a mistura um pouquinho de creme de leite (que acho totalmente desnecessário) e queijo parmesão ralado na hora, além de umas folhinhas
de salsinha. Não tinha nozes e me esqueci das azeitonas pretas. Mas ficou bem interessante, apesar dos acréscimos claramente internacionais/globalizantes à receita.

sábado, 16 de dezembro de 2017

Comida de raiz - feijãozinho tropeiro

Quando comecei a cozinhar, um dos primeiros pratos que fiz (a primeira coisa foi pão, claro) foi feijão tropeiro, seguindo a receita de um suplemento de culinária brasileira. Ficou bom, mas não tão bom quanto o que já comi em minhas andanças pelo interior de Minas e de São Paulo, berço desse prato restaurador de energias daqueles que levavam as tropas de mula pelo país.
Depois ainda fiz umas duas vezes, mas nunca com resultados satisfatórios para mim. Hoje, porém, aproveitei o feijão fradinho que estava pronto na geladeira, juntei linguiça, bacon, farinha, couve e salsinha, e pronto, tinha um feijão tropeiro gostoso, sem aquela característica mais gosmenta do feijão carioca que sempre verificava no prato. O salto na qualidade foi, com certeza, dado pelo feijão fradinho, mais sequinho sem deixar de ser suculento. Desta vez, também, fui aproveitando a gordura do bacon para fritar a linguiça, a da linguiça para suar a cebola roxa, o líquido formado para temperar e torrar a farinha (tirando cada elemento anterior e reservando, juntando tudo somente ao final). Depois mais um tiquinho de óleo só para assustar a couve com o alho, e aí juntar tudo e mais o feijão, acertando o sal e espalhando uma nuvem de salsa fresca. Ficou ótimo, para mim a receita definitiva desse prato de raiz, tão simples e saboroso, tão adequado aos finais de semana e outros dias de preguiça.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Orgulho da maturidade: Gosto de Sol

Carol, minha cunhada designer, criou a marca. O nome surgiu meio "de brincadeira" há uns três anos, relacionado com uma música do Clube da Esquina, Um gosto de sol, que, na verdade, é bem mais melancólica que a ideia que tenho da minha marca, mais ensolarada mesmo. Passei um briefing para Carol, e, mesmo com total certeza da competência dela, me deu um medico, inho de nada, de que ela não apresentasse exatamente o que eu queria, talvez por eu não conseguir ser completamente clara.
Mas ela entendeu o que eu queria dizer com calor, sol, praia, montanha, amor, afeto, abraço, beijo, pão, cafuné etc. etc. Eu só pedi um pouco mais de quentura nas cores - na verdade, pedi magenta e violeta, mais por lembrar horizontes que por temperatura. E daí saiu essa lindeza, com a bikezinha solicitada (incorporada, além da alusão ao novo modus vivendi, por conta do adesivo que uso nas embalagens e pelo meio de entrega utilizado até aqui). O "delícias" foi por conta da designer, sugestão mais que aprovada.
Orgulho. Master. Maturidade. Os impulsos cotidianos dando mais lugar aos objetivos, ao fazer pensado.

Rosca natalina, de coco etc. + pão au levain benfeito

No curso intensivo de panificação, fizemos cerca de 30 tipos de pães. Nem tudo está anotado na apostila, porque a coisa era de fato intensa, então, tempos depois, é preciso apelar para a memória ou para os colegas via WhatsApp.
Quis fazer a rosca de coco, sem praticamente anotações na apostila além da receita de massa doce básica, e acabei encontrando similares na internet para conseguir aquele trançado bonito. Em vez de só polvilhar açúcar por cima, resolvi fazer um glacê real, com açúcar de confeiteiro e clara de ovo. Luxo só. Ficou uma delícia - mesmo eu tendo me distraído e só acrescentado o ovo à massa quando já tinha deixado a fermentar.
De quebra, como tinha alimentado ontem o levain, e nosso pão tinha acabado, fiz um pão básico, farinha branca + farinha integral, para o jantar da noite. Adoro esses círculos celtas que o banneton deixa na casca.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

At the same time

Muita coisa acontecendo na cozinha hoje: minipanetones (chocotone e de frutas cristalizadas), pão de beterraba au levain e pães de aveia. E duzentas ideias borbulhando - como o levain púrpura de beterraba! - na cabeça.

Pão de beterraba au levain e estêncil

Com vontade de variar as receitas de pães, encasquetei primeiro com o de batata-doce roxa. Como é algo difícil de encontrar (eu mesma nunca tinha visto, só da última vez que estive em SP Wagner apareceu com o "achado" da feira), acabei enveredando pra beterraba, pela cor assemelhada. E não é que topei com algumas receitas?
Uma das que mais gostei foi da Carolina Labaki, que tem um blog fofo e útil, Thinking Sweet, e parece que até há pouco mantinha uma padaria em Santiago do Chile, Bakkerè. Gostei da receita, e em outro post dela vi alguma coisa com estêncil, que já tinha visto no blog da Neide Rigo. Resolvi aplicar uma sakura (já imaginei outros formatos, como nuvem, árvore, estrela) e achei o resultado ótimo - ainda por cima, ajunto ao cozinhar outra coisa importante pra mim, o desenhar.
Quanto ao pão de berraba, feito com levain e fermentado por cerca de 9 horas (poderia ter sido 6, levando em conta o calorão daqui), achei uma delícia - o marido achou um tantinho azedo pro gosto dele. Eu aprovei, mas sei que não agrada o paladar da maioria. Que é funcional, porém, ninguém pode negar.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Cookies (fortes!) de cacau e castanha de caju

Era o que tinha em casa. E achei uma receita similar, coincidentemente, num blog chamado É o que temos para hoje. Troquei a castanha-do-pará pela de caju e o mel por melaço. Ficou forte, típica comida de atleta, para antes ou depois do pedal. Ainda por cima, vegana (usa óleo no lugar da manteiga, mas por isso parece mais um bolinho do que um cookie típico).

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Sorbet de coco com calda de manga que ganhei da sogra

Já tinha dito que faria hoje o sorbet de coco, né? Feito, e acompanhado de uma calda de manga (que ganhei ontem de minha sogra) com gengibre. Ficou bem bom, mas um pouco flocado - da próxima vez, vou colocar menos coco ralado, ou então só um pouco de coco fresco.

Primeiro frozen yogurt

Quando eu comprei minha sorveteira, já tinha feito vários sorvetes sem ela, normalmente com a técnica do gelatto italiano, à base de creme de leite fresco, e batendo o creme de tempos em tempos para quebrar os cristais de gelo. Poderia ter vivido sem uma sorveteira, mas o fato é que a chegada dela revolucionou a feitura dos sorvetes, deixando-os com uma consistência macia, perfeita.
Então nos mudamos para o Nordeste, e encontrar creme de leite fresco se tornou uma quimera de que já falei aqui mais de uma vez. Deixei de fazer sorvete, ainda mais tendo uma lojinha de picolés tão perto de casa.
Outro dia, porém, com a volta do calor intenso, retomei a ideia com um sorbet de maracujá e banana - o gosto, ótimo, mas teria ficado perfeito, logo pensei, se tivesse usado a sorveteira. Foi assim que resolvi colocá-la de novo para funcionar.
A reestreia aconteceu com o inédito frozen yogurt. Confesso que nunca fui fã, nunca fui atrás das diversas lojas que pipocavam em São Paulo, mesmo no maior verão. Porém, o feito em casa, com iogurte integral, baunilha, açúcar e um pouquinho de leite em pó, ficou perfeito. Macio, consistente, refrescante. Com uma colherzinha de geleia de amora, então, uma delícia. E vi que há muitas e muitas formas de fazer o frozen, com frutas, biscoito, cacau em pó, pistache, uma maravilha de variedades.
Resolvi deixar o bowl direto na geladeira, e hoje sairá um sorbet de coco. E que venha o calor!

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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