sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

A guerra das cucas ou Como nem tudo dá sempre certo na cozinha

Chegou a época das bananas aqui em casa. Muitas, aos montes, pencas enormes e lindas, perfeitas, como eu jamais vi na feira. Orgânicas, ainda por cima.
Mas o que fazer com tanta banana? Claro que não vencemos, mesmo comendo bastante, congelando, fazendo bolo e tal. Outro dia, fiz o bolo invertido de banana, que ficou maravilhoso; também já comprei carne de sol para preparar o godó.
Então, para dar conta das frutas sem desperdiçar tanto, resolvi adotar a sazonalidade nos produtos da Gosto de Sol. Uma medida super antenada e ecológica, diga-se de passagem. Assuntei as freguesas, e todo mundo se interessou pela cuca de banana, que algumas não conheciam (ou talvez conheçam por outro nome, como sói acontecer neste Brasilzão de meu Deus).
Ora, como é algo que volta e meia faço aqui em casa, não tive dúvidas: tripliquei a receita e preparei tudo, com o maior amor. No entanto, quando levei ao forno, teve início o desastre: a massa começou a vazar das marmitinhas, sem piedade, levando junto as rodelas de banana tão bem cortadinhas.
Mesmo deixando as cucas terminarem de assar, comecei a preparar outra massa, só dobrando a receita, desta vez. Menor quantidade nas formas. Levei ao forno, e de novo o pesadelo: massa vazando, cuca murchando, um horror.
Avisei as meninas de que só entregaria as cucas no sábado, para ter tempo de fazer novamente, até porque a manteiga havia acabado. O marido chegou a sugerir que eu abortasse a operação. Como, se é dos erros que a gente chega ao aprendizado?
Acabo de assar nova fornada - sim, agora deu certo. A receita do Tempero de Família, que adaptei, dá para 4 cucas de mais ou menos 310 g, ou 3 cucas de quase 400 g. Ou seja, uns 150 g de massa mais as bananas, pesadinhas.
Desta vez, ficaram deliciosas, a banana se desmanchando na massa fofinha.
Nada como a perseverança com o que vale a pena!

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Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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