quinta-feira, 29 de março de 2018

Coisas da Páscoa

Hoje pedalei, trabalhei e fiquei 6 horas fazendo pães, ininterruptamente. Não fiz almoço (e percebi pela bateção de louça na pia a contrariedade do marido). Do forno foram saindo roscas de chocolate e de frutas, pain au chocolat e focaccias de tomate-uva e de alecrim. Tudo perfeitinho.
A cada vez, vou aprimorando a técnica, tentando me manter concentrada enquanto sovo, modelo, pincelo, asso.

quarta-feira, 28 de março de 2018

Eu, uma alérgica

E foi só uma picada de abelha!

Geladeira de hoje

Essa bagunça colorida virou caponata. Os legumes já estavam pedindo arrego, as nozes estavam incrivelmente esquecidas num canto do armário, o tempo mais fresco começou a se insinuar. E assim logo tínhamos um bom antepasto para os lanchinhos intermediários. Caponata, sempre uma boa pedida.

Babka de chocolate e avelã

Vi tanta gente fazendo a tal babka, o pão trançado polonês, que resolvi fazer também. Claro, peguei a primeira receita que vi, e o cara não entregou tudo (detesto isso!), sobretudo algo importante como fazer uma pré-fermentação e gelar a massa antes de manusear. Bueno, de qualquer modo, aí está a babka de chocolate e creme de avelã. Agora é aperfeiçoar as etapas.

domingo, 25 de março de 2018

Melaleuca, mon amour

A melaleuca está na moda. Originária da Austrália, a Melaleuca alternifolia pode ser encontrada em shampoos, desodorantes, loções, medicamentos. Ao lado da lavanda, segundo os manuais de aromaterapia, é um dos dois mais importantes óleos essenciais de que se faz uso. Tem propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes, antifúngicas. Trata lesões de pele como espinhas e verrugas.
A primeira vez em que me dei conta da sua existência de fato foi ao procurar uma solução para a foliculite que se agrava ao pedalar. Existe até creme específico para usar no corpo e no forro da roupa de ciclismo, mas há quem indique a melaleuca para as inflamações, especialmente as provocadas pela depilação.
Como já precisava comprar lavanda, fui atrás da melaleuca também. Comecei a passar um algodão embebido no óleo diretamente nas inflamações, e me parece que se atenuaram. Nas axilas, a solução arde um pouco, provavelmente porque a melaleuca está matando, espero, todas as bactérias que encontra.
Sem nem perceber, na última estada em SP, comprei shampoo e condicionador que também levavam melaleuca na fórmula, indicada como tea tree, seu outro nome famoso.
Ontem, fiz um desodorante natural utilizando melaleuca e leite de magnésia. Mais líquido do que costumamos ver nos industrializados, mas me pareceu eficiente. Reaproveitei uma embalagem roll-on que tinha.
Agora a melaleuca faz parte do grupo de substâncias favoritas pau-pra-toda-obra daqui de casa, junto com a lavanda, o bicarbonato de sódio e o vinagre.

Crédito: Foto tirada da Wikipédia.

Sabão para roupas e desodorante feitos em casa

Depois que voltei a fazer meus exames médicos, fiquei encafifada com as substâncias que têm fama de provocar câncer, como cloridrato de alumínio e talco. Ora, quase todos os desodorantes têm em sua fórmula cloridrato de alumínio, parabenos e triclosan (que é um composto que impede a transpiração, mas escurece as axilas). Há pouco teve início um movimento na indústria farmacêutica de se tirar um ou outro componente da fórmula de desodorantes, mas sempre sobra algum deles.
Então, fortuitamente, outro dia apareceu na minha timeline uma chamada do movimento Cosmetologia do Bem, que divulga fórmulas naturais de cosméticos que podem ser feitos em casa. O desodorante, claro, feito com melaleuca. O outro ingrediente era leite de magnésia. E só. Ou seja, não impede de transpirar (o que é bom, porque assim colocamos pra fora as toxinas todas), trata a pele e combate as bactérias que provocam o mau-cheiro. Já fiz, e ainda aproveitei uma embalagem roll-on que tinha aqui. Fica um pouco mais líquido (até adicionei um pouco de amido, por conta própria), mas parece eficaz.
Talvez por ter feito essa pesquisa sobre produtos naturais, apareceu também na minha timeline um site que ensina a fazer coisas diversas para que deixemos de produzir lixo, cujo nome é justamente Um Ano sem Lixo. Logo me chamou a atenção a receita de um sabão líquido para roupas - água, sabão de coco em barra, álcool e bicarbonato de sódio (sempre ele!). Umas gotas de óleo essencial, se quiser dar um cheirinho. Fiz também, mas ainda não testei. De todo jeito, já fiquei toda satisfeita de estar fazendo algo para não degradar ainda mais a natureza, para produzir menos lixo, para gastar menos com produtos de limpeza (sobretudo porque aqui lavamos muito mais roupas).
Seguimos voltando ao simples, ao natural para viver melhor conosco e com os outros, o que inclui a Natureza, de onde viemos, sempre é preciso lembrar.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Bike enquanto tema

Amo bandanas, tanto quanto amo chapéus, mas uso bem mais. Descobri que posso usá-las para cozinhar, além de pedalar, substituindo as toucas terríveis de cozinha e até mesmo os lenços que volta e meia tento usar - já concluí que para as cabeludas como eu não ficam tão bem, pois o cabelo fica amassado. Aliás, o que eu chamava de bandana há anos atrás eram lenços com estampa étnica, amarradas à la Cazuza, que lançou a moda por aqui. Agora são faixas de tecido mais fino que podem ser usadas de várias formas.
Outro dia, achei uns modelos da Nautika, um ótimo custo-benefício, menos da metade do preço que eu costumava pagar pelas da Naroo, ainda por cima com tema de bicicleta. Bueno, até que abri a embalagem e topei com uma palavra grafada incorretamente. Aí não rolou, tive que devolver.
Hoje comprei uma da Hupi, também com bicicletinhas, bem mais cara, mas nem tudo é perfeito nessa vida (ainda por cima, combina com as meinhas).

quarta-feira, 21 de março de 2018

Frango xadrez

Eu ia fazer um bifunzinho básico, mas vi que tinha pouco macarrão. Daí topei com um pacote de amendoim descascado e resolvi preparar um frango xadrez. Não é um prato que faço muito, devo ter feito só duas vezes, e em nenhuma das duas achei assim fantástico. Os preparos me pareceram demorados e o resultado, um pouco pesado.
Desta vez, foi tudo muito rápido e o prato ficou leve e gostoso. Peguei uma dica da Danielle Noce sobre o molho (água, amido de milho e shoyu), pá-pum, e pronto, foi só adicionar no final aos legumes refogados e ao frango empanado em amido de milho. Também utilizei o gengibre em pó e o óleo de gergelim, que dão aquele gostinho típico ao prato. Só não tinha brócolis, mas pouca falta fez.
A única desvantagem foi não ter sobrado nadica de nada pro jantar...

terça-feira, 20 de março de 2018

Like a girrrrrrrl

Eu ia fazer um post sobre o dia da mulher. Mas a oportunidade da data passou. E aconteceu tanta coisa terrível e/ou louca nos últimos dias que o tom se tornou mais sombrio, embora não menos aguerrido.

Marielle
Poucos dias depois do dia da mulher, Marielle Franco, vereadora carioca defensora dos direitos humanos, sobretudo de negros, mulheres e público LGBT, foi exterminada no interior de um carro quando voltava de um evento público.
Tão terrível quanto a sensação de perda de uma semelhante - perda para o machismo, para a violência, para o sistema político opressor - e do retrocesso de direitos tão duramente conquistados, foi ver a reação de pessoas conhecidas. No grupo de WhatsApp do colégio, os homens retrucavam que a morte dela era uma arma da esquerda, que estava "politizando" o fato quando morrem tantas pessoas, tão importantes quanto ela, todos os dias. O esvaziamento da morte, do sentido dessa morte, só esfrega na nossa cara o fundo do poço a que chegamos.
Marielle era pobre, negra, mãe solteira e bissexual. Mesmo assim, com todos esses poréns, com esses estigmas, estava entre os cinco vereadores mais votados do Rio de Janeiro na última eleição. Moradora da Maré, foi a primeira representante de uma comunidade na Câmara. Estudou Sociologia na PUC com bolsa integral e fez pós-graduação em Administração Pública na UFF. Era defensora dos direitos humanos, não só de "bandidos", como se está dizendo por aí, mas de todas as pessoas violentadas em seus direitos, como um policial morto cuja família recorreu a ela, porque ninguém mais lhe prestou ajuda. A morte de Marielle representa o silenciamento de muitos que puderam, graças a ela, ter uma voz. Que esses muitos e muitos de nós não se deixem derrotar, e façam dessa falta, dessa fome um motivo para lutar.

Vídeo sobre desigualdade salarial entre gêneros
No mesmo famigerado grupo de WhatsApp do colégio, minha sorella Karen postou um vídeo fofo que anda circulando nas redes, que mostra a necessidade de condições salariais iguais para homens e mulheres. Duplas formadas por um menino e uma menina realizam uma tarefa. Ao final, cada dupla recebe sua recompensa, um pote de doces para cada um. O pote das meninas contém bem menos doces que o dos parceiros. O instrutor pergunta a cada dupla se sabe por que as meninas receberam menos, e revela que é porque elas são meninas. Os garotos mostram surpresa e as meninas, indignação. A conclusão da existência da desigualdade de gêneros fez o grupo do colégio, tão falante e opinioso no caso de Marielle (que estavam chamando de Mirella), se calar. Cricricri. Medo da polêmica? Medo de discordar do óbvio? Medo de "parecer" machista?
Só sei que achei o silêncio masculino um estrondo, mas o silêncio feminino foi um escândalo.

Jacqueline
Ainda por esses dias, peguei já iniciado um documentário no Canal Brasil, "Meu nome é Jacque", sobre a ativista de direitos LGBT Jacqueline Rocha Côrtes, transexual e soropositiva. Despretensioso, parece ser a história de uma dona de casa comum. Aos poucos você descobre uma mulher num corpo de homem, lutando para se libertar, graças a Deus com o apoio incondicional da família, especialmente da mãe. Uma mulher que consegue ser quem é e que passa a ajudar milhares de pessoas em suas lutas (sim, no plural, porque são muitas lutas) pela individuação. Jacque chega a ser uma liderança na ONU, mas prefere ir viver com o marido em Araruama. Ao fim do documentário, descobrimos que ela consegue realizar o sonho de ser mãe, adotando dois irmãos. Tão merecedora de tudo que conquistou, Jacque alegrou meu coração numa semana de contrasensos e evidências tristes. 


Tudo isso é sobre mulheres. Sobre lutas diárias contra o machismo, contra a desigualdade, a violência. O embate se torna maior porque muitas de nós têm despertado para essa tradição inventada da mulher-menos, da mulher-contra-mulher. Há muito mais sufragistas de causas diversas hoje, com esse despertar feminino. Sim, estamos aprendendo a lutar como garotas, e quanta força há nisso!
No dia da mulher propriamente dito, vi muitas mensagens prontas de gente que condenou Marielle, que não entendeu a história dos potes desiguais de doces, que cuspiria em Jacque se a encontrasse na rua. Muito julgamento, pouco entendimento. Muita hipocrisia, nenhuma empatia. Deve ser por isso que há tanto movimento nos céus, com satélites e meteoros despencando. 
Mas nós seguimos avançando sob a noite escura.

Créditos: As três fotos foram retiradas da internet, sem identificação de autoria.

segunda-feira, 19 de março de 2018

Pain au chocolat

Não é fácil fazer folheados. São muitas dobras e muito tempo de geladeira para o negócio funcionar. Meus primeiros folheados foram de uma receita do Paulo Sebess para medialunas, que até publiquei aqui. Depois fiz croissants com receita do Olivier Anquier.
Quando fiz o curso de pães da Levain, porém, descobri falhas na tradução do livro do Sebess, ou no passo a passo, não sei bem - além de não ficar claro que a massa deve ser refrigerada a cada dobra, também não aparece em que momento a manteiga da massa é adicionada. Só soube assim, depois do curso, que havia duas adições de manteiga, uma à massa, outra ao empaste.
Ontem, então, fiz a receita do pain au chocolat do livro do Sebess, mas adicionando ao passo a passo a inclusão da manteiga na massa básica e a refrigeração a cada dobra. O resultado foi ótimo, o folheado ficou macio por dentro e com uma casquinha crocante, acredito que seja também por usar a margarina para folheados Amélia.
Da próxima vez, um pouquinho mais de chocolate deixará o pão perfeito.

sexta-feira, 16 de março de 2018

Fotos falam

Sempre amei fotografias. Talvez tenha a ver com minha origem nipônica, com a vida toda ter visto minha mãe com uma camerazinha, simples que fosse. Nossas fotos nunca eram muito boas, mas havia via de regra muitas fotos de momentos importantes e menos importantes. Mas, como as questões imagéticas sempre foram essenciais para mim, foi um caminho natural querer aprimorar a fotografia mais tarde.
Daí, esta semana, num grupo do WhatsApp de colegas de escola técnica, alguém postou uma foto da aula de canteiro. Eu, no canto direito, a face da suprema infelicidade. Não sei se havia acontecido algo ruim no dia, mas eu me lembro de como estava desesperada nessa época para mudar de horário, para trabalhar, para encontrar outras pessoas. Não pude, porque só podíamos mudar de horário no último ano, quando todo mundo tinha que fazer estágio. Também me lembro de ter sido o ano em que mais da metade da turma foi reprovada em Desenho, e tivemos que construir uma maquete de telhado à guisa de recuperação (que nem sequer existia para essa disciplina) - ou seja, motivos havia de sobra para tanto desânimo. Esta foto foi, portanto, o flagrante mais preciso de um instante de infelicidade que eu vivi. 
Em compensação, dois anos depois, aconteceu o registro de um encontro de despedida do colégio, também postado no tal grupo. Pareço felicíssima na foto. Porque a epopeia tinha chegado ao fim, mas também porque já estava enturmada com outras pessoas - a foto, aliás, mostra colegas de quatro turmas diferentes das quais fiz parte. Uma sensação de liberdade imensa. 
As fotos é que contam essas histórias, eu só faço confirmá-las.

terça-feira, 13 de março de 2018

Quiche de queijo chiquérrimo Tulha

Na última ida a SP, quando conheci o Armazém do Mineiro com a Li, comprei, além do maravilhoso queijo de cabra Cariri, um pedaço de queijo Tulha, da família Rezende, de Amparo, interior paulista. Caro. Mas muito bom. Além de premiado na Espanha em 2016, esse queijo (soube depois) ficou famosinho por causa do Alex Atala, que o incorporou ao cardápio do D.O.M.
Como é um queijo forte, usei na pasta à carbonara do outro dia, em substituição ao pecorino ou parmesão. Claro que não deixaria o restante estragar, então já tinha decidido fazer uma quiche com ele.
Fiz hoje a receita da Rita Lobo, de quiche de queijo com cebolas caramelizadas. Mas adicionei tomate-uva e manjericão. Aumentei a proporção do queijo e do leite, já que não tinha creme de leite em casa. Ficou maravilhosa.

Produtos salvadores

Já comentei sobre dois efeitos do viver em local de praia, com muito sol e umidade: melasmas gritando pra sair e uma nuvem capilar em torno da cabeça. Junte-se aos dois primeiros mais um, que talvez não seja por culpa da praia, mas da alimentação: o retorno das espinhas, um pesadelo de adolescência.
Por sorte, a tecnologia cosmética não para de crescer, e assim é que milhões de mulheres lotam as lojas especializadas e as farmácias atrás desses produtos que nos ajudam a driblar os efeitos do tempo/cronos e do tempo/clima. Somos nós que movemos essa economia!
O protetor solar da Natura Fotoequilíbrio Esporte, FPS 60, é maravilhoso para quem pratica esportes ao ar livre ou quer uma proteção mais duradoura na praia. A única desvantagem é ter de acostumar rápido com a tampa que gira e às vezes produz uma meleira enorme.
Para as indesejadas e eventuais espinhas, sempre usei o bastão secativo da Payot, mas tem sido difícil encontrá-lo. Então, comprei a cara mas eficiente loção secativa da Adcos, com FPS 30 e capacidade de uniformização da pele oleosa. Embora bem fluida, ela realmente vai secando a acne e cobrindo levemente as marcas.
Já para os cabelos eletrizados, meu cabeleireiro de 20 anos me recomendou uma pomada leave-in, SH-RD, à base de alecrim e pantenol. Nada barata, mas eficaz. Os cabelitos já têm ficado mais em ordem - claro, depois também de terem passado por uma hidratação e um bom corte.


sábado, 10 de março de 2018

Três experimentações e um clássico ou Yellow

Fazia tempo que não fazia tanta comida amarela de uma vez! :)
Ontem foi dia de várias experimentações. Testei um pão de azeite ensinado pelo Eduardo Beltrame na Eduk (me interessei por conta do processo de criar a massa madre, mas o pão nem é tão deslumbrante assim), fiz uma mousse de doce de leite deliciosa e um sorvete supostamente de Chicabon, um pouco doce demais até para o meu paladar. O clássico da vez foi o autêntico macarrão à carbonara, que o marido nunca tinha provado. Ainda usei o chiquérrimo queijo Tulha que trouxe de SP e uma massa à base de ovos da Molisana, toda linda, além de muito saborosa.

quinta-feira, 8 de março de 2018

Pão brioche de hambúrguer

O Raul, colega do curso de panificação, compartilhou sua receita de brioche, que ele produz para pão de hambúrguer. Outro colega, o Guerra, já testou e aprovou. Resolvi fazer também, mas sem saber os tempos de descanso e fermentação. Não fiz esponja, só avivei o fermento antes. Deixei descansando 1h30, depois tirei o ar da massa e levei à geladeira por 12 horas. No outro dia, modelei, pincelei ovo e deixei descansando só o tempo de aquecer o forno, cerca de 30 minutos.
Mais 20 minutos de forno, e lá vieram eles, ainda meio rústicos na forma porque a massa não é tão fácil de modelar. Bem gostosos, todavia. Agora é aperfeiçoar a produção, testando outros tempos de fermentação.
Comemos com hambúrguer - uma pena que o hambúrguer da Seara é supergorduroso, pouco digno de um pãozinho tão caprichado!

terça-feira, 6 de março de 2018

Bom mesmo é se refrescar: frozen yogurt com geleia de framboesa

Quando o sorvete fica bom demais, como neste caso, não posso deixar de pensar na boa compra que foi essa sorveteira da Arno - já disse aqui e devo repetir por muito tempo ainda, especialmente sob o calor baiano!

segunda-feira, 5 de março de 2018

Outros encontros na Pauliceia

Sim, minha terra está largada, tomada pelo coxinismo, mais e mais amigos têm procurado viver em outros cantos. Mas ainda é minha, ainda ando por ela com pertencimento, ainda gosto de flanar pelas ruas especializadas. Tudo bem que estou mais para sacoleira que para flâneur, mas tudo depende do tempo disponível.
Em São Paulo ainda é possível achar de tudo, e presenciar encontros de culturas tão distintas como a nordestina e a japonesa, as duas que me compõem. Simbolizadas, nesta última visita, pelo queijo de cabra da família de Ariano Suassuna, de Taperoá, Paraíba, e pelos chás da família Amaya, de Registro, São Paulo (não consegui de novo comprar o chá da Vovó, então optei por seu conterrâneo, tão respeitável quanto).
Tenho voltado a tomar chá, estimulada pelos Amaya. O queijo das cabras arianas já virou omelete, risoto com nozes e damasco (da zona cerealista) e hoje temperou o nhoque de beterraba, deixando-o ainda mais leve e gostoso.
Definitivamente, eu amo e saboreio o encontro de culturas.

Velhos amigos, novos encontros

Eu ando pelo mundo prestando atenção

Salão de cabeleireiro japa. Designer japa que entende sua sobrancelha. Uzi de cordeiro. Docinhos árabes. Almoço com mainha na frente de mosteiro. Cannole de baunilha. Garçons velha-guarda. Centro Antigo. Bairro japonês. Bairro do século XVII. Bairro italiano. Farmácia de produtos coreanos em bairro japonês. Frozen yogurt de melão. Quilo de comida japonesa. Chá preto do vale do Ribeira. Casa de doces portugueses. Armazém mineiro. Lojinha de conserto de relógios. Vitamate com cacau. Pão de queijo com doce de leite. Queijos gourmet. Queijo da família de Ariano Susassuna. Pink Lemonade em horti-fruti. Pizza margherita. Pastel de feira. Pastel de Sintra. Chuleta gigante. Rua de utensílios de cozinha e confeitaria. Cheiros e sabores da zona cerealista. Encontro de pets alucinadas. Livro autografado por amiga-autora. Antigos locais de morada. Encontrar amigos inesperadamente pelas ruas. Encontro com amigos de várias épocas. Serviços de bairro ativos: costureira, sapateiro.

Cabeceira

  • "Arte moderna", de Giulio Carlo Argan
  • "Geografia da fome", de Josué de Castro
  • "A metamorfose", de Franz Kafka
  • "Cem anos de solidão", de Gabriel García Márquez
  • "Orfeu extático na metrópole", de Nicolau Sevcenko
  • "Fica comigo esta noite", de Inês Pedrosa
  • "Felicidade clandestina", de Clarice Lispector
  • "O estrangeiro", de Albert Camus
  • "Campo geral", de João Guimarães Rosa
  • "Por quem os sinos dobram", de Ernest Hemingway
  • "Sagarana", de João Guimarães Rosa
  • "A paixão segundo G.H.", de Clarice Lispector
  • "A outra volta do parafuso", de Henry James
  • "O processo", de Franz Kafka
  • "Esperando Godot", de Samuel Beckett
  • "A sagração da primavera", de Alejo Carpentier
  • "Amphytrion", de Ignácio Padilla

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